Personalidades que influenciaram a cultura afro-descendente no Brasil
A luta pela liberdade racial do povo africano vem desde o século passado, com o território africano sendo subjulgado e os povos sendo massacrados e obrigados a se submeterem as autoridades européias, sofrendo desde humilhações a assassinatos e mutilações. Em 1857, antes mesmo de W.E.Dubois nascer, o povo africano sofria com o segregacionismo, pois negros que viviam na América do Norte foram considerados como “negros com existência inferior e subordinados”, não podendo ser considerados como cidadãos. Em 1870, surgiu a Liga Branca, que constituía na união dos membros da Klu Klux Klan, formados por veteranos do exército confederado que se organizaram numa campanha contra os negros. Posteriormente, em 1909, nasce o Movimento Niagra, que havia surgido em 1905 liderado por W.E.Dubois, intelectual negro, uniu-se aos brancos reformadores, fundando a National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), que viria a ser uma das mais influentes organizações de direitos civis no mundo. Dubois foi um filósofo, sociólogo e ativista político a favor do povo africano. Foi muiot perseguido nos Estados Unidos, e foi convidado por Kwame N’Krumah para participar da Enciclopédia Africana em Gana. Iniciou em 1909 o movimento africano Pan-Africanismo ( O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana) e editou um livro em português intitulado “A alma da gente Negra”.
W.E. Dubois
Aimé David Fernand Césaire
Nascido em 1913, em território francês se coloca como oposicionista nato contra a dominação francesa em relação a África, pois muda-se para Martinica, onde se identifica com a luta do povo africano contra a dominação européia. Em 1946, o político Césaire seria o relator da lei que elevava à categoria de Departamentos Franceses várias das suas colônias ultramarinas.
Em 1950, funda, em Paris, a revista "Presences Africaines "(Presença Africana), onde publica "Discurso sobre o colonialismo ", tecendo uma dura crítica ao colonialismo e ao racismo europeu, comparando-os ao nazismo, e conclamando os intelectuais europeus a se manifestarem sobre o assunto. Teve sua luta reconhecida, até pelo então presidente francês Nicolay Sarkozy, que o intitulou “homem de ação”, e “portador de uma mensagem de paz, de tolerância e abertura”.
Kwame N’Krumah
Nascido em 1909, em Bucareste, Romênia, foi um dos fundadores do Pan-Africanismo, trabalhou muito no processo político de descolonização da África.Quando Gana foi considerado independente, foi declarado primeiro ministro e foi-lhe atribuído o prêmio Lênin da Paz. Estava na conferência da criação da OUA,em 23 de Maio de 1963, cujo objetivo era manter a unidade e solidariedade entre os estados africados e lutar pela independência dos países ainda sob domínio colonial e o apartheid. Nesse dia ficou estabelecido que seria considerado anualmente, todo dia 25 de Maio, o dia da África, assinado por vários chefes de estado. Em 1966 Gana sofreu um duro golpe militar, apoiado pelo Reino Unido, e N’Krumah se exilou na Guiné, e nunca mais voltou a Gana, morrendo em 1972.
Como as ações dessas personalidades influenciaram a cultura afro-descendente no Brasil
Quando o povo africano se viu subjulgado, não seria de se imaginar que lutassem contra a submissão e as humilhações a que eram vítimas. Grandes nomes contribuíram para o acirramento das lutas pela liberdade política, contra a dominação européia e principalmente, contra o preconceito. Nomes ilustres, que brilharam nessa luta como representante desse povo tão sofrido e sem apoio algum.
A Klu Klux Klan ainda tem suas raízes nos países europeus, porém escondidos sob penas de prisões e ataques de simpatizantes da cultura afros. A idéia de se imaginar que há ainda quem ouse se dirigir com ofensas para alguém apenas por julgá-la pela cor da pele é hoje em dia para nós repugnante, porém, no século passado, os negros sequer eram considerados cidadãos. A luta pela democracia para todos já é centenária e ganha adeptos cada vez mais. O mundo hoje é mestiço, mulato, todos temos raízes diferentes, interaciais, culturas, biótipos que precisam ser preservados e primcipalmente respeitados. E isso começa com um movimento político centralizado, o qual lutava N’Krumah, Cesairé e Dubois. A influência e o discernimento desses homens conduziram muitas pessoas a se juntarem a organizações que apoiavam o direito dos negros como cidadãos, merecedores de direitos iguais a todos os homens. A redemocratização no Brasil, principalmente após a segunda guerra mundial, embora não se deva esquecer da abolição da escravatura em 1888. Pregavam que a cor das pessoas não as julgava, e sim as condenava e suscitou o povo a pensar sobre seus atos. Suas lutas não foram em vão e fizeram com que as lutas não acabassem e chegassem até hoje, como o surgimento da política de cotas para negros em faculdades federais, na igualdade de salários, a igualdade total.
Também, tivemos nosso próprio e austero representante dessa luta tão gloriosa, um nato representante das Artes, Abdias do Nascimento, que fundou em 1944 o Theatro Experimental do Negro, que buscava dinamizar a consciência do negro, e combater a discriminação racial. Infelizmente a luta parece estar longe de se acabar. Daí a importância da conscientização, da redemocratização, das políticas de inclusão e de punição para quem ainda, indiscriminadamente, comete o preconceito racial.
Abdias do Nascimento
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Ponto de Reflexão
O uso da tecnologia em nossas vidas é cada vez mais intenso, visto que tudo o que fazemos nos baseamos na idéia de modernidade e praticidade. É isso que buscamos na vida cotidiana e na sociedade de hoje. Mas também é preciso saber como nos inserir e como inserirmos as outras pessoas nesse mundo tão sofisticado e sempre em constantes mudanças.
Deveríamos nos ater a necessidade de sempre estarmos nos informamos e estarmos sempre por dentro de todas as mudanças tecnológicas, mudanças de softwares, de gigas mais potentes, dos novos tablets que estão entrando agora no mercado, e que está fazendo a cabeça do mundo inteiro, como o que há de mais moderno. As crianças de hoje em dia quase que aprendem a ler ao mesmo tempo em que mexem com um computador, tudo vem junto com a escola e a sociedade.
No meu caso, há muitos anos, quem entendia de computadores era quase considerado um "expert" na área, uma pessoa com dotes incríveis. Não era para qualquer pessoa o dom de lidar com essa máquina tão moderna e diferente. Meus pai me colocaram muito cedo numa aula de datilografia, para aprender a digitar o melhor possível, porém não para computadores, sim para máquinas datilográficas. Era o que estava ao nosso alcance, pois fazer um curso de computação não estava ao nosso alcance.
Isso na verdade me ajudou muito, digito com muita facilidade e rapidez, o que não ocorre com a criançada de hoje em dia. A linguagem abreviada, o chamado "internetês", prejudica muito o aprendizado e a escrita, sem falar na correção automática de textos ortográficos, presentes nos computadores. Os aplicativos, como excel, word, movie maker, power point, são poucos utilizados no dia a dia dos nossos alunos. Os msn's, orkut's, chats são o que a molecada de hoje se interessa nos computadores. É essa concepção que precisa ser mudada, o foco de utilização do computador precisa ser outro, mais pedagógico.
Deveríamos nos ater a necessidade de sempre estarmos nos informamos e estarmos sempre por dentro de todas as mudanças tecnológicas, mudanças de softwares, de gigas mais potentes, dos novos tablets que estão entrando agora no mercado, e que está fazendo a cabeça do mundo inteiro, como o que há de mais moderno. As crianças de hoje em dia quase que aprendem a ler ao mesmo tempo em que mexem com um computador, tudo vem junto com a escola e a sociedade.
No meu caso, há muitos anos, quem entendia de computadores era quase considerado um "expert" na área, uma pessoa com dotes incríveis. Não era para qualquer pessoa o dom de lidar com essa máquina tão moderna e diferente. Meus pai me colocaram muito cedo numa aula de datilografia, para aprender a digitar o melhor possível, porém não para computadores, sim para máquinas datilográficas. Era o que estava ao nosso alcance, pois fazer um curso de computação não estava ao nosso alcance.
Isso na verdade me ajudou muito, digito com muita facilidade e rapidez, o que não ocorre com a criançada de hoje em dia. A linguagem abreviada, o chamado "internetês", prejudica muito o aprendizado e a escrita, sem falar na correção automática de textos ortográficos, presentes nos computadores. Os aplicativos, como excel, word, movie maker, power point, são poucos utilizados no dia a dia dos nossos alunos. Os msn's, orkut's, chats são o que a molecada de hoje se interessa nos computadores. É essa concepção que precisa ser mudada, o foco de utilização do computador precisa ser outro, mais pedagógico.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Uma breve reflexão do meu "EU" enquanto educadora
Comumente nós, educadores, nos perguntamos se nossas metologias de ensino estão corretas. Não basta apenas seguirmos um P.P.P., ou um curriculum escolar para podermos nos achar dentro dos parâmetros educacionais de ensino. Mas como definir uma metodologia eficaz, aliada a modernidade e as novas tecnologias que nos é apresentada? Bem, considero um início satisfatório a necessidade de busca do educador numa identidade moderna e eficaz, aliada a tecnologia de ponta. Temos exemplos dos computadores do projeto UCA (Um computador por Aluno), da Escola Cristalino, a qual tem inserido os alunos no mundo digital. Incentivá-los a pesquisar, ao uso contínuo do equipamento é uma maneira de fazer com que manipulem o conhecimento tecnológico a seu favor. Desde a educação infantil é necessário a manipulação do material digital, com jogos educativos e pinturas. A criança cresce inserida nas tecnologias e também pode acompanhar os avanços que a todo momento se seguem. É papel do educador ser o mediador dessa experiência, tendo sempre a obrigação de se atualizar e estar sempre por dentro das metologias de ensino que podem trazer benefícios para o aluno e o educador.
Como a evolução tecnológica pode afetar nossas vidas
O vídeo demonstra o interesse do homem em busca de evolução, tecnologia. A determinação em busca do novo, do ideal, subjulgando o óbvio e buscando cada vez mais modernidade aliada ao conforto e do sonho de sempre estarmos em busca do melhor de nós mesmos. Nunca desistir, seria a palavra correta, sempre se pode melhorar, aprimorar. Quando buscamos algo que nos complete, sempre queremos o melhor, o que há de mais novo, e esse pensamento é o que vem mudando a sociedade. A determinação de sempre poder fazer melhor. Quando Santos Dumont decidiu que voaria, não criou o 14 BIS de uma hora para outra.
Vários protótipos foram construídos, até que ele conseguir completar seu objetivo. Assim aconteceu com os computadores. Uma idéia que pudesse simplificar a vida, um banco de dados capaz de suportar inúmeras informações. Com acessos rápidos e eficazes, aliado a simplicidade e ao mesmo tempo a complexidade. A tecnologia está cada vez mais dentro de nossas vidas, nossas casas, subjulgando-nos a estarmos sempre em busca cada vez mais de aprimoramento.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Uma breve reflexão sobre o papel da tecnologia e seus beneficios para o educador
É importante pensarmos em como as tecnologias entraram em nossas vidas, de como qualquer trabalho que nós educadores fazemos em sala de aula pode e deve estar baseado nessa ferramenta de trabalho tão útil. Os métodos de pesquisa tanto podem ser utilizados pelos professores quanto aos alunos, num paralelo onde o conhecimento é a arma fundamental. Vale frisar que o uso da internet, principalmente pelos adolescentes, tem que ser de uso responsável, como fonte de pesquisa e aprendizado. Eu particularmente trabalho com educação infantil, estou sempre me atualizando, procurando novas formas de utilização de atividades, de pesquisa, de atualização. Tenho para minha disponibilidade também na escola que eu trabalho, uma sala de computação uma vez por semana para que eu leve meus alunos para se interarem melhor dessa tecnologia. Estou começando devagar, com pinturas, joguinhos educativos, algo mais descontraído, o que chama muito a atenção das crianças. Não consigo me ver sem o uso dessa arma de conhecimento e pesquisa., e isso as vezes me preocupa. Outra coisa que me preocupa é o fato das digitações terem um programa de auto-correção, o que dificulta o aluno no ato de escrever uma texto. Mas é preciso que o computador seja apenas uma ferramenta auxiliar, trabalhando em paradoxo com o lápis e papel.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Atividades da Formação Continuada: "Aperfeiçoamento das relações raciais e Educação no Brasil
A atividade escolhida foi uma aula planejada para a Educação Infantil, na Escola Municipal Cristalino, voltada para uma sala do Jardim, numa faixa etária de 3 a 4 anos, do período matutino.
Com base nos estudos feitos no Módulos 2 da Formação Continuada do SEMEC de Água Boa, fiz minha atividade baseada na história infantil: "A menina bonita do laço de fita", organizada da seguinte forma:
Plano de Aula -
Objetivo
Estreitar os relacionamentos interaciais entre os alunos, baseando-se na igualdade entre as cores das pessoas, utilizando-se de uma linguagem simples e fácil para as crianças.
Estratégia -
Historinha infantil "A menina bonita do laço de fita"
Metodologia Utilizada -
Sentei-me no chão com as crianças e lhes deixei a par da história a ser contada, que fala de um coelhinho branco que queria ficar pretinho como a menina do laço de fita. Durante o ato de contar, friso a importânica da igualdade entre as pessoas, as crianças, fazendo relações entre os colegas da sala, dizendo que ninguém é diferente, e que precisamos aceitar as pessoas como elas são. Com o término da história, digo as crianças que da nossa maneira, independente da nossa cor, podemos ser todos iguais. Abro então uma roda de conversa na qual as crianças podem falar de suas expriências, o que me dá a oportunidade de ouvir alguns relatos relacionados ao tema.
Analisando os prospectos lidos no blog da formação continuada, podemos chegar a conclusão da importânica da discussão das questões raciais, étnicas, das discussões que precisam estar cada vez mais presente no dia a dia dos alunos, desde a educação infantil.A propagação do ódio, que culmina com violência física, bullyng, é muito comum em toda comunidade escolar, e está mais aflorado do que nunca. O tema discriminação tem que estar presente em debates em sala de aula, em rodas de conversa, em pesquisas, discussões. É papel do aluno questionar, discutir, entender, obter informações, isso leva ao esclarecimento. Mesmo trabalhando na educação infantil, é perfeitamente possível obter um resultado positivo, falando uma linguagem simples, na qual o educador possa servir de mediador para o esclarecimento do aluno. É comum notarmos em algumas crianças uma pontinha de preconceito, algo ainda inerte, mas que pode ser prejudicial no futuro.É papel do educador expor o assunto de maneira leve, saudável, em linguagem simples e direta, para que a criança possa trazer para seu mundo uma didática moderna, sem preconceitos e abertos a novas experiências e saberes.
A seguir a história: "Menina bonita do laço de fita"
Com base nos estudos feitos no Módulos 2 da Formação Continuada do SEMEC de Água Boa, fiz minha atividade baseada na história infantil: "A menina bonita do laço de fita", organizada da seguinte forma:
Plano de Aula -
Objetivo
Estreitar os relacionamentos interaciais entre os alunos, baseando-se na igualdade entre as cores das pessoas, utilizando-se de uma linguagem simples e fácil para as crianças.
Estratégia -
Historinha infantil "A menina bonita do laço de fita"
Metodologia Utilizada -
Sentei-me no chão com as crianças e lhes deixei a par da história a ser contada, que fala de um coelhinho branco que queria ficar pretinho como a menina do laço de fita. Durante o ato de contar, friso a importânica da igualdade entre as pessoas, as crianças, fazendo relações entre os colegas da sala, dizendo que ninguém é diferente, e que precisamos aceitar as pessoas como elas são. Com o término da história, digo as crianças que da nossa maneira, independente da nossa cor, podemos ser todos iguais. Abro então uma roda de conversa na qual as crianças podem falar de suas expriências, o que me dá a oportunidade de ouvir alguns relatos relacionados ao tema.
Analisando os prospectos lidos no blog da formação continuada, podemos chegar a conclusão da importânica da discussão das questões raciais, étnicas, das discussões que precisam estar cada vez mais presente no dia a dia dos alunos, desde a educação infantil.A propagação do ódio, que culmina com violência física, bullyng, é muito comum em toda comunidade escolar, e está mais aflorado do que nunca. O tema discriminação tem que estar presente em debates em sala de aula, em rodas de conversa, em pesquisas, discussões. É papel do aluno questionar, discutir, entender, obter informações, isso leva ao esclarecimento. Mesmo trabalhando na educação infantil, é perfeitamente possível obter um resultado positivo, falando uma linguagem simples, na qual o educador possa servir de mediador para o esclarecimento do aluno. É comum notarmos em algumas crianças uma pontinha de preconceito, algo ainda inerte, mas que pode ser prejudicial no futuro.É papel do educador expor o assunto de maneira leve, saudável, em linguagem simples e direta, para que a criança possa trazer para seu mundo uma didática moderna, sem preconceitos e abertos a novas experiências e saberes.
A seguir a história: "Menina bonita do laço de fita"
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
[de Ana Maria Machado, livro.
ilustração: Claudius]
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...
[de Ana Maria Machado, livro.
ilustração: Claudius]
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