quarta-feira, 13 de abril de 2011

Atividades da Formação Continuada: "Aperfeiçoamento das relações raciais e Educação no Brasil

     A atividade escolhida foi uma aula planejada para a Educação Infantil, na Escola Municipal Cristalino, voltada para uma sala do Jardim, numa faixa etária de 3 a 4 anos, do período matutino.
     Com base nos estudos feitos no Módulos 2 da Formação Continuada do SEMEC de Água Boa, fiz minha atividade baseada na história infantil: "A menina bonita do laço de fita", organizada da seguinte forma:

Plano de Aula -

Objetivo
Estreitar os relacionamentos interaciais entre os alunos, baseando-se na igualdade entre as cores das pessoas, utilizando-se de uma linguagem simples e fácil para as crianças.

Estratégia -
Historinha infantil "A menina bonita do laço de fita"

Metodologia Utilizada -
Sentei-me no chão com as crianças e lhes deixei a par da história a ser contada, que fala de um coelhinho branco que queria ficar pretinho como a menina do laço de fita. Durante o ato de contar, friso a importânica da igualdade entre as pessoas, as crianças, fazendo relações entre os colegas da sala, dizendo que ninguém é diferente, e que precisamos aceitar as pessoas como elas são. Com o término da história, digo as crianças que da nossa maneira, independente da nossa cor, podemos ser todos iguais. Abro então uma roda de conversa na qual as crianças podem falar de suas expriências, o que me dá a oportunidade de ouvir alguns relatos relacionados ao tema.
    


     Analisando os prospectos lidos no blog da formação continuada, podemos chegar a conclusão da importânica da discussão das questões raciais, étnicas, das discussões que precisam estar cada vez mais presente no dia a dia dos alunos, desde a educação infantil.A propagação do ódio, que culmina com violência física, bullyng, é muito comum em toda comunidade escolar, e está mais aflorado do que nunca. O tema discriminação tem que estar presente em debates em sala de aula, em rodas de conversa, em pesquisas, discussões. É papel do aluno questionar, discutir, entender, obter informações, isso leva ao esclarecimento. Mesmo trabalhando na educação infantil, é perfeitamente possível obter um resultado positivo, falando uma linguagem simples, na qual o educador possa servir de mediador para o esclarecimento do aluno. É comum notarmos em algumas crianças uma pontinha de preconceito, algo ainda inerte, mas que pode ser prejudicial no futuro.É papel do educador expor o assunto de maneira leve, saudável, em linguagem  simples e direta, para que a criança possa trazer para seu mundo uma didática moderna, sem preconceitos e abertos a novas experiências e saberes.


A seguir a história: "Menina bonita do laço de fita"

    
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.
E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
­- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.
- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
­- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:
- Artes de uma avó preta que ela tinha...
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.
E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:
- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?
E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha...

[de Ana Maria Machado, livro.
ilustração: Claudius]

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